Esquecimentos - isso é normal?
- Dr. Gabriel S. Froehner

- 13 de jan. de 2022
- 2 min de leitura

Imagine se não nos esquecêssemos de absolutamente nada…nossa vida seria um transtorno, não?
Provavelmente viveríamos em um lugar muito complicado e desorganizado, cheio de memórias pouco ou nada relevantes, que estariam sempre ali de fácil acesso. Exemplifico como se um monte de caixas estivessem empilhadas de forma desorganizada num corredor, nos atrapalhando de alcançar aquilo que realmente queremos lembrar (memória importante).
O esquecimento, portanto, é um importante processo fisiológico, onde as conexões neuronais são desfeitas por conta de desuso, assim nos lembramos apenas do que é mais importante. Prova disto é que a maioria do que aprendemos na vida se perde.
Essa perda de memória fisiológica pode se dar por um processo passivo (extinção) onde acontece um processo de perda da informação, mas que ainda pode ser lembrada por algum estímulo externo. Ou pode ser por um processo ativo (repressão), que acontece quando passamos por experiências ruins ou traumáticas, como se o “cérebro não quisesse mais lembrar”.
O uso contínuo da memória, por outro lado, desacelera o déficit funcional (esquecimentos).
Quanto mais ativo, maior a aprendizagem e menor a degradação.
Existem 3 tipos principais de memória:
Operacional: aquela que precisamos lembrar por pouco tempo, por exemplo, lembrar um numero de cabeça. ler e lembrar logo em seguida o que acabou de ler.
Episódica: memória autobiográfica, recheada por experiências e fatos pessoais. Ex.: lembrar o que fizemos no dia de ontem, o que comemos no café da manhã, etc. Sua perda é chamada de Amnésia. Se suspeita de amnésia quando estamos esquecendo de compromissos importantes, esquecemos de fatos recentes e precisamos passar a anotar cada vez mais as coisas.
Semântica: memória que dá significado ao que aprendeu. Forma o conhecimento baseado em conceitos. Não é pessoal, e relacionada a todos os falantes de uma determinada língua. Ex.: saber que um gato é um animal e não uma planta.
A maioria dos esquecimentos na população adulta se deve a falta de atenção, ainda mais no mundo conectado em que vivemos, onde somos “bombardeados” quase o dia todo por informações (na maioria das vezes irrelevantes) e que acabam por atrapalhar nosso foco no que realmente importa.
O esquecimento deve chamar atenção:
quando se torna algo relativamente repetitivo e recorrente.
quando nos esquecemos de memórias importantes, por mais de uma vez.
quando está associado a outros sintomas (comportamentais, alteração de personalidade).
quando deixamos de fazer coisas unicamente pelo fato de termos esquecido daquilo.
se tivermos familiares de primeiro grau com quadro de perda cognitiva ou demência.
Procure um neurologista para uma avaliação.
Dr. Gabriel S. Froehner
CRM 32344 / RQE 23231



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